Não existe situação na vida ou experiência humana para a qual não se possa encontrar uma mensagem de Deus em Seu Livro. Não importa se é uma situação pessoal, social, nacional ou internacional. E sobre o futuro, este Livro não vacila. Há muitas coisas que ele não revela, mas sua realidade é enfatizada do início ao fim. Os grandes fatos fundamentais que precisamos conhecer nesta vida de preparação estão todos contidos neste Livro. (G. Campbell Morgan)
INTRODUÇÃO
Quando falamos do livro de Ester, falamos de um acontecimento na história dos judeus, podemos afirmar, segundo Baxter[1], que o livro de Ester é um drama, não uma ficção, mas um fato genuíno. É encenado no placo da história real e reúne personagens verdadeiros.
Em todos os comentários lidos é possível observar a forma como Deus cuida e demonstra seu amor de forma providencial ao seu povo, o povo hebreu.
O livro de Ester relata uma parte da história do povo hebreu, quando era escravo no cativeiro, o rei Xerxes havia morrido, e foi sucedido pelo seu filho Artaxerxes Longímano (464-421). O livro de Ester, em muito se parece, no estilo literário, com os livros de Esdras, Neemias e Crônicas. Agostinho[2] afirmava que Esdras era o autor do livro, já Flavio Josefo defendeu que a autoria é de Mordecai, talvez fundamentado em Ester 9.20, “Mordecai escreveu estas coisas...”.
O que se pode afirmar é que provavelmente o autor do livro de Ester era uma pessoa muito próxima do rei, conhecedor dos costumes, festas e ordenanças.
1. DADOS HISTÓRICOS
Os livros de Esdras e Neemias só se ocupam de fatos de Judá, os de Daniel e Ester, das ocorrências da Pérsia. Ester, especialmente, nos dá um retrato do corpo inteiro dos hábitos e convenções, costumes e normas no reino dos Xerxes.
O enredo do livro é baseado em cinco personagens: Assuero, o rei persa, Vasti, a rainha deposta, Hamã, aquele que odiava os judeus, Mordecai, o líder judeu e Ester, a moça judia que se tornou rainha. No plano de fundo temos o palácio real, a capital persa.
O livro começa relatando um grande banquete, servido pelo rei persa, de certo, embriagado, o rei ordena que a rainha Vasti exiba sua beleza à multidão, após a sua recusa, o rei repudia a rainha Vasti e sai a procura de uma substituta, é quando encontra Ester, que era uma órfã judia criada pelo primo Mordecai.
Questionamentos históricos
De acordo com o livro de Lasor, Hubbar e Bush[3], estudiosos dizem que no livro de Ester existem conflitos internos com dados históricos, eles citam, por exemplo, que de acordo Heródoto, o nome da rainha de Assuero naquele período era Amestris, não Vasti ou Ester. Além disso todas as rainhas persas deveriam vir de sete famílias nobres, apenas. Nesse caso, a judia Ester não poderia tornar-se rainha. Em confronto com esta idéia, Carlos Osvaldo, em seu livro[4], afirma que provavelmente Amestris, que era conhecida pelo seu caráter vingativo e despótico, possivelmente foi relegada do harém do império.
Deve ser ressaltado também, que era costume de Heródoto omitir alguns personagens principais, como por exemplo, a ausência em registros seculares, da rainha Vasti, Heródoto omitiu quaisquer informações a respeito de Belsazar, até que descobertas arqueológicas verificassem a historicidade de Daniel.
Outro questionamento levantando é quanto à alegação de que os judeus mataram 75.000 pessoas em um único dia (9.16), estudiosos dizem que um massacre dessa proporção, provavelmente constaria em relatos históricos dos persas. Novamente confrontando a idéia, Carlos Osvaldo, afirma que devido à enorme extensão territorial do império persa, que iria da Índia até o Egito, os números não são excessivos. Sabe-se também que o governo persa, conforme relata Archer[5], tinha uma atitude extraordinariamente insensível para com a vida humana, e quando se tratava de um problema de algum membro da família real, sabe-se que sua severidade não tinha limites.
Outro fato que merece ser destaco, é a possibilidade de existir à época um anti-semitismo, conforme é atestado pela profanação de um templo judeu em Yeb no Egito[6]. Isso confirmaria a existência de clima favorável a uma grande confrontação entre judeus e seus inimigos, com grande número de vítimas.
Uma outra confirmação impressionante que pode nos confirmar a exatidão histórica do livro de Ester tem sido uma inscrição de Artaxerxes II, que declara que o palácio de Xerxes foi destruído por um incêndio durante o reinado de Artaxerxes I. Isto significaria que dentro de trinta anos da época de Ester, o palácio no qual vivia teria sido destruído, e, segundo a ordem natural de acontecimentos, a lembrança dele logo desapareceria, no entanto escavações de arqueólogos franceses desvendaram os remanescentes deste palácio, e demonstraram que seu plano concorda perfeitamente com a estrutura pressuposta no livro de Ester[7].
Ambiente Histórico[8]
Literariamente, o livro de Ester é uma narrativa apresenta-se como descrição histórica. Aliás, em 9,32 e 10,2 existem alusões explícitas ao fato de ter sido escrito aquilo que acontecera com Ester e com Mordecai. Esta fisionomia literária condiz bem com o caráter mais ou menos histórico do seu conteúdo. A descrição dos ambientes e dos costumes tem alguma exatidão.
É possível que tenham sido acumuladas aqui, numa única história, muitas experiências dramáticas de comunidades judaicas em contextos sociais adversos; e também muitas esperanças que, entretanto, foram reanimando, garantindo-lhes a sobrevivência. De tudo isso poderá ter resultado este livro, como memória exultante e como razão de esperança.
De fato, em Ester condensam-se experiências de rejeição e de ameaça, que punham em causa a sobrevivência do judaísmo e, por antítese, descreve-se a forma como todos os perigos se transformaram em retumbante afirmação dos seus ideais. Tão entusiasta quiseram os judeus tornar a sua vitória, que não conseguiram evitar excessos: da pura autodefesa, passaram a gestos exagerados de vingança.
Além da ascensão de Ester ao reino, o autor do livro de Ester, faz um contraste entre Mordecai e Hamã. Hamã havia sido premiado com um cargo de destaque político no império, já Mordecai, que salvou a vida do rei não foi premiado com nada, porém uma rixa entre Hamã e Mordecai, que por ser judeu não se curvava diante de Hamã, fez com que se desenvolvesse a ponto de provocar uma tentativa de genocídio do povo judeu.
Hamã persuade o rei a exterminar o povo judeu, o rei acatou o pedido de Hamã e mandou publicar uma carta e enviar às todas as 127 províncias.
2. A AUSÊNCIA DA PALAVRA DEUS NO LIVRO DE ESTER
Não é fácil esclarecer a ausência do nome de Deus no livro de Ester; existem vários pensamentos teológicos tentando explicar o motivo da ausência, em Ester é importante destacar que o livro também não menciona a religião dos judeus, Ester é o único livro da Bíblia que ignora o nome de Deus, mas, apesar disso, não há outro livro na Bíblia onde a fé em Deus e na Sua providência seja tão forte e clara.
Mesquita[9] afirma que na época de Ester, assim como na de Daniel, escrever um livro que fizesse qualquer referência ao judaísmo e a Deus seria muito perigoso
Martinho Lutero, segundo Baxter[10], chegou ao ponto de dizer que preferia que o livro não existesse!
Embora, de fato, o nome de Deus esteja ausente no livro de Ester, sua atuação é visível no livro, ao fazer uma leitura crítica, podemos observar atos que demonstram a ação salvadora de Deus para com o seu povo e atitudes de reverência, principalmente, na pessoa de Mordecai, onde ele recusa se curvar para homens.
As evidências ao longo do livro são muito claras a respeito da direção e provisão de Deus, destas, podemos destacar a improvável ascensão de Ester ao trono real (cap. 2), a percepção de um plano assassino por Mordecai (cap. 2), a boa vontade real para Ester em uma hora crítica (cap. 5) e uma combinação inesperada de insônia real e de oportuna leitura de crônicas do reino (cap. 6), nos dão uma clara noção que Deus agia em favor de seu povo.
No livro de Gênesis, Deus promete a Abraão abençoar os que abençoarem seu povo e amaldiçoar os que amaldiçoarem seu povo, isso acontece no livro de Ester, sintetizado no personagem de Mordecai e Hamã.
Todavia, descobrir, um problema no fato de Deus não ser mencionado, é perder de vista aquilo que devemos ver acima de tudo. Podem existir outras razões para o autor ter omitido qualquer referência direta a Deus, como por exemplo, que o livro tenha sido dirigido tanto aos persas como aos judeus[11]. Acredito, no entanto, que uma das razões principais é enfatizar a atividade invisível de Deus na providência.
Em seu livro, Baxter, afirma que na verdade o nome de Deus ocorre no livro de Ester de maneira bastante notável. Segundo ele o nome “Jeová” acha-se oculto em forma de acróstico quatro vezes no original hebraico, e o nome Ehyeh (“Eu sou o que sou”), uma vez. Em vários manuscritos antigos, as consoantes dos acrósticos que representam o nome são escritas em letras maiores a fim de destacá-las, como nós poderíamos fazer em nossa língua – JeoVá. Não existem outros acrósticos no livro, de movo que as intenções desses cinco são claras. Os cinco pontos onde ocorrem são 1.20; 5.4; 5.13; 7.5 e 7.7.
Nos quatro acrósticos que formam o nome Jeová, as quatro palavras que formam JHVH são consecutivas em casa caso. Cada uma delas é pronunciada por uma pessoa diferente. Nos dois primeiros casos, o acróstico é formado pelas letras iniciais da palavra. Nos outros dois, é formado pelas letras finais das palavras. No primeiro e terceiro acrósticos, as letras grafam o nome de frente para trás, e os que falam são gentios. No segundo e no quarto, as letras grafam o nome de trás para frente, e os que falam são hebreus. O ponto que, Baxter, salienta é que o nome Jeová realmente consta no Livro de Ester, de uma forma secreta – como se o autor anônimo quisesse antecipar-se àquele que poderia tropeçar por causa da falta de menção de Deus em sua história. Com feito, o autor nos diz: “A fim de que não pensem que Deus ficou fora de consideração. Vejam o reconhecimento dEle nestes cinco acrósticos, que, por estarem secretamente ocultos nos escritos, simbolizam a operação secreta de Deus através de toda a história”. É verdade, Deus realmente Se encontra no livro de Ester, não tanto nas sílabas, mas nos acontecimentos, não em intervenções milagrosas, mas dirigindo as rodas das providências; não em comunicação direta, mas como o poder oculto que prevalece sobre tudo.
3. A CELEBRAÇÃO DA FESTA DO PURIM
Purim é um substantivo no plural (Pur no singular) e significa sorte. No dia 14 do mês de Adar, os judeus descansaram dos seus inimigos, e no dia 15 fizeram o dia de banquetes e de festa, esta festa ficou na História e, até onde houver um judeu ele celebrará com jejum no dia 14 e 15 de Adar. O Purim é uma festa agitada, repleta de alegria e ânimos exaltados.
Em seu livro Mesquita[12] afirma que Mordecai escreveu cartas e as envio para as províncias, para que a ocasião ficasse como um memorial para todas as gerações, quando deveria ser lido o livro, precedido de um jejum, o que os judeus ainda praticam com toda fidelidade. Em qualquer terra pode ser observada a festa de PURIM dos judeus, quando eles prestam socorros e beneficências a outros.
Alguns estudiosos, segundo Lasor[13] acreditam que o livro de Ester foi escrito tão somente para explicar e autenticar a festa do Purim. Lasor destaca que o livro de Ester tem uma grande importância na comunidade judaica, a ponto de ser considerado igual ou, talvez, superior a Tora (conf. Jer. Talmude Meg 70b).
Segundo o estudioso medieval Maimônides, quando a vinda do Messias suprimir a Bíblia, Ester e a Torá permanecerão[14].
Se acatarmos a idéia de que o livro de Ester foi escrito para credenciar a existência da Festa de Purim podemos entrar em um conflito com dados históricos, pois não existem registros na cultura popular da Pérsia, Babilônia ou de qualquer outro lugar a respeito do Purim. Se aceitarmos essa idéia, de que o Purim não se originou nos relatos históricos descritos na bíblia, mas sim na história fictícia de Ester, conforme estudos revelam ser datados sua origem no século II, teremos um outro problema: a escrita, pois o Hebraico de Ester é diferente dos Manuscritos do Mar Morto (século II e depois) e, portanto, deve representar uma forma de linguagem anterior ao século II[15]
Lasor, conclui que a história de Ester e a observância do Purim vieram da diáspora persa. A chegada delas à Palestina pode ter sido consideravelmente posterior, dependendo da interpretação de 9.20-22, 29-32.
4. O FATO DE DEUS TER LEVANTADO UMA MULHER COMO ESTER PARA SALVAR SEU POVO, PODE SER UTILIZADO PARA APOIAR A ORDENAÇÃO DE MULHERES AO PASTORADO?
A ordenação de mulheres ao pastorado (bem como, ao diaconato e presbiterado) não é uma unanimidade entre as igrejas evangélicas, em algumas denominações há sérias restrições quanto ao ministério feminino, proibindo-as de exercerem cargos de liderança. É uma visão que destoa dos princípios bíblico.
É fato que o Apóstolo Paulo em sua epístola, faz algumas restrições às manifestações das mulheres na igreja, mas, antes de generalizarmos estas recomendações Paulina é preciso que façamos uma analise da situação feminina diante da cultura oriental, ainda hoje, as mulheres são vista como um ser inferior sem voz ativa, eram comercializadas, proibidas de estudarem, saírem às ruas ou mesmo se mostrarem. Esta visão cultural justifica por completo a ação do Apostolo, a igreja carecia de credibilidade diante da sociedade constituída por gentios, a instituição de mulheres como líderes não seria uma atitude sábia à obra missionária.
Na Bíblia encontramos as mulheres exercendo uma série de atividades eclesiais, por exemplo: Servindo na igreja (diaconisas), evangelistas, profetisas, pregadoras, obreiras, etc. Diante de tantos exemplos, é impossível negarmos o chamado e a unção de mulheres ao pastorado.
Exponho a seguir uma série de atividades exercidas pelas mulheres, veja:
1 – Serviram ao Senhor e a Sua Igreja:
LC 1.30-38 “ Então o anjo continuou: —Não tenha medo, Maria! Deus está contente com você. Você ficará grávida, dará à luz um filho e porá nele o nome de Jesus. Ele será um grande homem e será chamado de Filho do Deus Altíssimo. Deus, o Senhor, vai fazê-lo rei, como foi o antepassado dele, o rei Davi. Ele será para sempre rei dos descendentes de Jacó, e o Reino dele nunca se acabará. Então Maria disse para o anjo: —Isso não é possível, pois eu sou virgem! O anjo respondeu: —O Espírito Santo virá sobre você, e o poder do Deus Altíssimo a envolverá com a sua sombra. Por isso o menino será chamado de santo e Filho de Deus. Fique sabendo que a sua parenta Isabel está grávida, mesmo sendo tão idosa. Diziam que ela não podia ter filhos, no entanto agora ela já está no sexto mês de gravidez. Porque para Deus nada é impossível. Maria respondeu: —Eu sou uma serva de Deus; que aconteça comigo o que o senhor acabou de me dizer! E o anjo foi embora.”
Rm 16.1-6 “Recomendo-vos a nossa irmã Febe, que está servindo à igreja de Cencréia, para que a recebais no Senhor como convém aos santos e a ajudeis em tudo que de vós vier a precisar; porque tem sido protetora de muitos e de mim inclusive. Saudai Priscila e Áqüila, meus cooperadores em Cristo Jesus, os quais pela minha vida arriscaram a sua própria cabeça; e isto lhes agradeço, não somente eu, mas também todas as igrejas dos gentios; saudai igualmente a igreja que se reúne na casa deles. Saudai meu querido Epêneto, primícias da Ásia para Cristo. Saudai Maria, que muito trabalhou por vós.”
Fp 4.3 “E a você, meu fiel companheiro de trabalho, peço que ajude essas duas irmãs. Pois elas, junto com Clemente e todos os outros meus companheiros, trabalharam muito para espalhar o evangelho. Os nomes deles estão no Livro da Vida, que pertence a Deus.”
2Rs 4.9,10 “Ela disse ao seu marido: —Tenho a certeza de que esse homem que vem sempre aqui é um santo homem de Deus. Vamos construir um quarto pequeno na parte de cima da casa e vamos pôr ali uma cama, uma mesa, uma cadeira e uma lamparina. E assim, quando ele vier nos visitar, poderá ficar lá.”
Mt 26.12,13 “O que ela fez foi perfumar o meu corpo para o meu sepultamento. Eu afirmo a vocês que isto é verdade: em qualquer lugar do mundo onde o evangelho for anunciado, será contado o que ela fez, e ela será lembrada.”
2 – Profetizas
Miriã: Ex 15.20 “A profetisa Míriam, que era irmã de Arão...”
Débora: Jz 4.4 “Débora, mulher de Lapidote, era profetisa...”
Hulda: 2Rs 22.14 “Então, os sacerdotes... foram ter com a profetisa Hulda.”
Noadia: Ne 6.14 “... profetisa Noadia e dos mais profetas ...”
Ana: Lc 2.36 “Havia uma profetisa, chamada Ana...”
Filhas de Felipe: At 21.9 “Ele tinha quatro filhas solteiras que profetizavam.”
3 – Juíza Instituída por Deus em Israel
Débora: Jz 4.4 “...Era também juíza dos israelitas naquele tempo.”
4 – Obreiras
Priscila: At 18.26 “Ele começou a falar com coragem na sinagoga. Priscila e o seu marido Áquila o ouviram falar; então o levaram para a casa deles e lhe explicaram melhor o Caminho de Deus.” Rm 16.3 “Mando saudações a Priscila e ao seu marido Áquila, meus companheiros no serviço de Cristo Jesus.”
5 – Diaconisas
Febe: Rm 16.1,2 “Eu recomendo a vocês a nossa irmã Febe, que é diaconisa da igreja de Cencréia.”
6 - Evangelista
Jo 4. 27-29 “Naquele momento chegaram os seus discípulos e ficaram admirados, pois ele estava conversando com uma mulher... Em seguida, a mulher deixou ali o seu pote, voltou até a cidade e disse a todas as pessoas: —Venham ver o homem que disse tudo o que eu tenho feito. Será que ele é o Messias?”
Fp 4.3 “E a você, meu fiel companheiro de trabalho, peço que ajude essas duas irmãs. Pois elas, junto com Clemente e todos os outros meus companheiros, trabalharam muito para espalhar o evangelho.”
7 – Pregando aos judeus no templo
Ana: Lc 2.37,38 “e que era viúva de oitenta e quatro anos. Esta não deixava o templo, mas adorava noite e dia em jejuns e orações. E, chegando naquela hora, dava graças a Deus e falava a respeito do menino a todos os que esperavam a redenção de Jerusalém.”
8 Presente na primeira reunião de oração:
At 1.14 “Eles sempre se reuniam todos juntos para orar com as mulheres, a mãe de Jesus e os irmãos dele.”
Pastor é um dom
Ef 4.11 “E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres.”
Fica claro que o ofício de pastor é um dom, semelhante ao de profeta, portanto, não há conotação quanto a pessoa ser homem ou mulher. O que realmente é necessário é uma vida santa e pura diante de Deus.
As restrições determinadas por algumas igrejas às atividades das mulheres como líderes, são frutos de entendimento humano. O que Deus quer para a Sua igreja verdadeiramente são homens santos, puros e cheios do poder do Espírito, independente do sexo.
O livro de Ester não faz referência explícita a Deus, mas com certeza proclama a fé na proteção de Deus para seu povo. É incontestável a forma como Deus usou Ester para salvar o povo hebreu, cabe informar que Ester que não era sacerdotisa e não há equivalência entre suas funções de sacerdotisa.
Portanto o ministério feminino é bíblico, mas a sua ordenação não pode ser apoiada com base no livro de Ester, Deus usou Ester para no seu plano redentor, mas seu chamado não era para ser uma sacerdotisa.
5. CONCLUSÃO
As lições que nos dá o livro são distintas. Mostra-se nos dois livros, que precedem no Cânon o livro de Ester, a misericórdia do Senhor para com os judeus que voltaram da Babilônia para seu país. E pelo livro de Ester sabemos que também aqueles que ficaram em países pagãos foram, pela providência de Deus, guardados e defendidos. O livro também nos esclarece sobre a maravilhosa maneira como Aquele que tudo vê, conhecendo o princípio e o fim dos acontecimentos, dispõe as coisas para a execução dos Seus planos. E deste modo exerce o Altíssimo Deus superintendência mesmo sobre os resultados das livres ações dos homens. Além disso, manifesta o livro quão fácil é para Deus ‘derrubar do seu trono os poderosos’ e ‘exaltar os humildes’ - e ensina-nos quão seguro é pôr a nossa confiança em Deus, e andar humildemente com Ele. E, assim, as lições do livro de Ester nos ensinam a reprimir todo o orgulho e vanglória, e nos ministram conforto nas provações, tornando, desse modo, mais firmes a nossa fé e esperança.
5. REFERÊNCIAS
ARCHER, Gleason L., Jr – Merece Confiança o Antigo Testamento? Edição Revista. Traduzido por Gordon Chown. São Paulo: Edições Vida Nova, 1988.
BAXTER, J. S – Examinai as escrituras. Traduzido por Neyd Siqueira. São Paulo: Edições Vida Nova.1993
JOSEFO, Flávio – A História dos Hebreus – de Abraão à queda de Jerusalém. Traduzido por Vicente Pedroso. Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembléias de Deus, 2004.
LASOR, William S., DAVID A Hubbar., e Frederic W Busch – Introdução ao Antigo Testamento. Traduzido por Lucy Yamakami. São Paulo: Edições Vida Nova, 1999.
MESQUITA, Antonio N. Estudo nos livros de Crônicas, Esdras, Neemias e Ester. Rio de Janeiro: Casa Publicadora Batista, 1974.
PINTO, C. A. – Foco e Desenvolvimento no Antigo Testamento. São Paulo: Editora Hagnos, 2006.
[1] BAXTER, J. S., Examinai as Escrituras, p. 265
[2] MESQUITA, A.N., Estudo nos livros de Crônicas, Esdras, Neemias e Ester, p. 304
[3] LASOR, W.; HUBBAR, D.A.; BUSH, F.W., Introdução ao Antigo Testamento, p. 583
[4] PINTO, C.O.C, Foco e Desenvolvimento no Antigo Testamento, p. 419
[5] ARCHER, G, Jr, Merece confiança o Antigo Testamento?, p. 367
[6] HARRISON, R.K., Introduction to the Old Testament, p. 1.091-.1.092 apud PINTO, C.O.C – Foco e Desenvolvimento no Antigo Testamento, p. 419
[7] Esta é uma afirmação que se encontra no livro de Gleason L Archer, Jr, Merece Confiança o Antigo Testamento?, p. 368, no entanto o livro não trás nenhuma nota explicativa a respeito da data em que as escavações foram realizadas e consequentemente foram encontras os remanescentes do palácio imperial situado em Susã.
[8] NOTA IMPORTANTE:
Para a realização deste trabalho, foi apenas consultado, o restante do Livro de Ester, caps. 10:5 em diante, na Bíblia Apórcrifa o livro: “O RESTO DOS CAPÍTULOS DO LIVRO DE ESTER, onde se encontram de 10:5-16:24.
Não foi adicionada nenhuma informação neste trabalho sobre essa parte do Livro de Ester por não ser considerada matéria apócrifa.
[9] Ibid., p. 301
[10] Ibid., p. 266-267
[11] Ibid., p. 267
[12] Ibid., p. 334
[13] Ibid., p. 589
[14] Citado em ANDERSON, B.W., “Introduction and exegesis of Esther” apud LASOR, W.; HUBBAR, D.A.; BUSH, F.W., Introdução ao Antigo Testamento, p. 589
[15] Ester é o único livro canônico não encontrado em Qumran. O hebraico do livro é típico do hebraico bíblico posterior, um estágio de linguagem distinto do encontrado em Qumran.
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