quarta-feira, 15 de abril de 2009

MANÁ DA SEMANA: NATAL BRASILEIRO

Em uma pequena vila no interior do Amazonas, José Raimundo e Maria Nazaré iniciaram uma longa viagem até Belém do Pará. A viagem era demorada e cansativa e Maria estava grávida.
Por ordem do governo José precisava acertar com urgência sua documentação, assim tomaram um recreio, que é uma espécie de embarcação, e desceram o rio Purus até o deságüe no Amazonas.
Chegando na cidade de Belém tentaram achar um lugar para se hospedar, mas a cidade estava lotada e não havia hotel, pousada, ou um cortiço que fosse onde pudessem descansar. Vindo, de repente, a hora do bebê nascer, procuraram um hospital, mas não foram aceitos porque eram pobres e não tinham plano de saúde.Correram então para um posto de saúde, mas estava lotado e sem condições de receber mais ninguém.
Foi então que um grupo de catadores de papel que passava por ali, vendo o casal desesperado na calçada, convidou-os para ficarem em sua cooperativa. E foi assim que Maria deu à luz: em meio ao lixo reciclável, observada por alguns cachorros vira-latas e um cavalo velho e cansado, que puxava uma carroça. Apesar das condições precárias, o bebê nasceu forte e saudável e seus pais louvaram a Deus porque sabiam que aquela criança era especial, uma vez que Maria na verdade era virgem e não tinha se deitado com José ou qualquer outro homem. Um anjo havia lhe aparecido, enquanto lavava roupa no rio, e havia lhe avisado que Deus a escolhera para trazer ao mundo o Salvador.
Enquanto Maria se lembrava destas coisas, apareceu um grupo de vaqueiros nordestinos, montados em jegues, que contaram que enquanto tomavam conta de seu rebanho de cabras no meio da caatinga, receberam a visita de anjos que cantavam um xote alegre que dizia:
“Glória a Deus nas lonjura de riba” e assim lhes anunciaram que o salvador do mundo havia nascido.
Mal os vaqueiros acabaram de falar apareceram três homens que se diziam astrólogos e que haviam visto a estrela que mostrava que um novo líder havia nascido, e por isso vieram de longe: Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Bahia, somente para trazer presentes ao recém nascido.
E houve grande alegria naquela noite porque o Salvador veio ao mundo em forma de gente, e ao contrário das expectativas de todos ele não nasceu no hospital mais equipado de Brasília ou São Paulo, e nem foi noticiado pelo Jornal Nacional, mas nasceu em um lugar humilde e simples, anunciado para pessoas humildes e simples, porque Deus veio para os humildes de espírito e quebrantados de coração.
E me pergunto: Se o nascimento de Jesus fosse em nossos dias será que eu o seguiria?

História baseada na cantata infantil: Mig e Meg Natal Brasileiro, de Ana Luiza de Geus e Ismael
Scheffler
Bel. João Paulo Rodrigues da Silva (extraído do boletim da 1ª IPI de Campinas, de 24/12/2006)

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