Acabei de ler o livro “A CABANA”. Publicado nos Estados Unidos por uma editora pequena, "A Cabana" se revelou um desses livros raros que, a partir do entusiasmo e da indicação dos leitores, se torna um fenômeno de público - quase dois milhões de exemplares vendidos e que nas últimas 28 semanas lidera a lista dos livros de ficção mais vendidos no Brasil.
O livro conta que a filha mais nova de Mackenzie Allen Philip foi raptada durante as férias em família e há evidências de que ela foi brutalmente assassinada e abandonada numa cabana. Quatro anos mais tarde, Mack recebe uma nota suspeita, aparentemente vinda de Deus, convidando-o para voltar àquela cabana para passar o fim de semana. Ignorando alertas de que poderia ser uma cilada, ele segue numa tarde de inverno e volta a cenário de seu pior pesadelo. O que encontra lá muda sua vida para sempre. Num mundo em que religião parece tornar-se irrelevante, "A Cabana" invoca a pergunta: "Se Deus é tão poderoso e tão cheio de amor, por que não faz nada para amenizar a dor e o sofrimento do mundo?" As respostas encontradas por Mack surpreenderão você e, provavelmente, o transformarão tanto quanto ele.
No decorrer da narrativa, tornou-se, para mim, uma das metáforas mais claras e belas do livro de Jó que eu já li. Descobri logo na primeira metade porquê o livro é um dos mais vendidos: A forma como Deus é apresentado, absolutamente não-convencional, entre outras coisas, as quais não gostaria de referir para que quem não leu, não tenha alguma desculpa do tipo: “já tenho o resumo”, para não comprar o livro.
Naquela cabana, Mack vê Deus e é amado! Se fosse no Ceará, seria recebido com um abraço forte, um cafuné demorado e um cheiro no cangote com perfume de filiação. Vejo-me em Mack, quando olho para minha história pessoal e tenho que voltar a uma linha duas ou três vezes por causa de perda no campo visual, e não me sentir desprezado por Deus. Ou poder pastorear gente com câncer, paraplégica, de luto, despejada, com parentes viciados em drogas e álcool, abandonada pelos cônjuges, ou até estuprada por namorado, sem que se sintam preteridas por causa de outros “vitoriosos”. “Tende bom ânimo”, dito por Jesus, para mim é: “continuem respirando”. “Eu venci o mundo”, para mim é: “transformei a crise e o caos em oportunidades”.
Há algum tempo, as páginas amarelas da revista veja traziam uma entrevista com um médico que dizia que até os pacientes terminais precisam ter a mínima esperança de restabelecimento, pois isso produz dias menos difíceis para elas e com mais qualidade de vida. Quem pastoreia gente que sofre, ou tem alguma Grande Tristeza, precisa dar esperança vívida. Não se pode mentir, como tento não mentir para mim todos os dias. Provavelmente, precisemos ler melhor os bilhetes que recebemos de Deus e viajar até nossas cabanas, onde nossas dores e o nosso alívio podem se encontrar. Ele quer que vejamos seu sorriso, sintamos seu cheiro, discirnamos seu tempo e o chamemos de formas menos usuais, de acordo com nossa experiência consigo.
Eu tenho uma sugestão: PAPAI.
NEle, que é capaz de realizar todas as curas em nossas vidas
Tiago Nogueira de Souza
P.S. Obrigado, Rodrigo, houve mais cura em mim depois desse livro.
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